terça-feira, 25 de maio de 2010

Viagem à Rússia- Parte I - De Coimbra a Praga





Desde há longos anos que sonhávamos com uma viagem em autocaravana à Rússia!
Em 2007 resolvemos meter os pés a caminho. Preparámos cuidadosamente  a nossa aventura, por forma a que fosse minimamente organizada.
Temos por hábito viajar zozinhos, mas para esses lados a coisa fia um bocado mais fino e assim resolvemos recorrer a uma agência  especializada nesse tipo de viagens http://www.sanpietroburgo.it/ uma agência com sede em St. Peterburg e com delegação em Itália. Através da net inscreve-mo-nos e eles, com um profissionalismo a toda a prova, trataram de todas as burocracias (vistos e demais documentos necessários).
Assim, ficou combinado apresentar-mo-nos às 9 da manhã do dia 8/08/2007, no parque de estacionamento da estação de comboios na cidade de Résekne, na Letónia, onde seríamos integrados no grupo de autocaravanas italianas para seguirmos, a partir daí,  para a fronteira Russa, mais ou menos a 50kms de distância.

Até à Letónia, atravessando a Espanha, França, Alemanha, República Checa, Polónia e Lituânia, estaríamos por nossa conta e risco!

Atafulámos a nossa AC novinha em folha com tudo aquilo que julgávamos imprescindível, desde os comes  pré cozinhados e congelados em casa, até, por conselho da agência, umas tanta garrafas de vinho do Porto  - que vieram a revelar-se de grande utilidade na Rússia. Roupa, calçado, equipamentos de captação de imagem, GPS, telemóveis,  stok de música no ipod, etc, tudo foi checado.

Assim, na madrugada da segunda-feira da última semana de Julho lá arrancámos para a nossa aventura!

A travessia da Espanha fez-se bem, com pernoita  numa aldeia algures já perto da fronteira francesa e no dia seguinte, vai de atravessar a França, pelo centro, por zonas já nossas conhecidas de outras viagens e portanto, sempre a andar em direcção ao lago Constança, já na Alemanha.
Nas suas margens existem aldeias encantadoras e com o tempo estava de feição aproveitamos para passear e apreciar a paisagem.

Por aí pernoitamos e, no dia seguinte, pé no acelerador e vai de avançar até





Rothenburg, cidade medieval, no coração da Alemanha, entre Stuttgard e Frankfurt, reconstruída tal qual estava antes com o contributo de muitos países, instituições e cidadãos de todo  o mundo, após a sua destruição pelos bombardeamentos aliados na 2ª guerra mundial.

Foi uma visita muito agradável, embora se note que ali tudo está virado para o turismo.

Do lado exterior das muralhas há um parque de pernoita para ACs, que nós aproveitámos para limpar a nossa máquina, tanto por dentro como por fora.

Como o nosso destino seguinte era Praga, lá nos pusemos a caminho, não deixando de apreciar as cidades, aldeias e paisagens magníficas que nos foram surgindo no percurso. No nosso imaginário estava também bem marcada esta cidade de Praga. Aí chegados, dirigimo-nos para a zona dos campings  onde paramos para descansar, lavar roupa, pernoitar e preparar tudo para visitarmos a cidade a partir do dia seguinte. Como sempre fazemos quando visitamos alguma grande cidade, adquirimos o bilhete de 72 horas cujo preço inclui transportes públicos, acesso a alguns museus e monumentos e a alguns espectáculos.

Praga não nos desiludiu, embora nos meses de verão seja muito frequentada por turistas e, portanto, atafulhada de gente das mais variadas proveniências: os omnipresentes japoneses, imensos americanos, e também europeus com especial predominância de espanhóis e italianos. Curiosamente até encontramos diversos grupos de portugas!


Numerosos monumentos integram a paisagem urbana da capital, composta de lindas ruelas de traçado irregular que contrastam com os novos bairros residenciais, de arquitetura moderna. As partes históricas da cidade são preservadas como monumentos nacionais.

Entre os prédios mais importantes destaca-se o Castelo de Praga fortificado na colina Hradcany, construído entre os séculos XIV e século XVII, onde na actualidade mora o presidente da república e antiga residência dos reis da Boémia







Ao lado do castelo, ergue-se a grande catedral gótica de S. Vito(século XIV)  
No bairro Malá Strana esta uma das duas igrejas barrocas de São Nicolau, a igreja do Menino Jesus de Praga, a igreja do Loreto (do século XVIII) e numerosos palácios da aristocracia tcheca, do século XVII, em estilo barroco.
Na Staré Město (a Cidade Velha), há inúmeros monumentos e relíquias da história checa. Destacam-se a igreja Týnský, em estilo gótico, construída no século XIV, na qual se acha o túmulo do astrônomo Tycho Brahe; o bairro Josefstadt, com o gueto e o cemitério judaicos, do século XII, e a sinagoga. 

 








Encontra-se ali o relógio Astronômico Orloj 





Na Nové město (ou na Cidade Nova) figuram a estátua de São Venceslau, de 1915, e o Museu Nacional. Outras edificações de destaque são o Prikopy, local da antiga fortaleza; o Teatro dos Estados, estreou a ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; o Teatro Nacional, de1883; igrejas e palácios barrocos e a estátua do líder hussita Jan Ziska.

Entre as numerosas pontes que atravessam o rio Vlatva está a famosa Ponte Carlos que liga a Cidade Velha ao Castelo de Praga.

Os três dias passados em Praga souberam a pouco, mas a viagem tinha de continuar e... lá nos pusemos a caminho da Polónia.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Passeio na Páscoa

Ora cá estou novamente, após a nossa pequena viagem de uma semana pelo Alentejo. A coisa foi um bocado afectada pelo mau tempo que se fez sentir,principalmente no litoral, mas como não estamos obrigados a permanecer no mesmo local, lá fomos descendo até Aljezur à procura de menos vento, menos chuva e algum sol. Acabámos por optar pelo interior e aí o vento foi menos agreste.
Mas... vamos a um pequeno relato da viagem:

Saímos de Coimbra sexta feira depois de almoço em direcção à Ericeira onde pensávamos poder jantar, comprar aqueles bolos especiais aí fabricados e muito bons! Na nossa família alargada, sempre que alguém por lá passa, temos a tradição de adquirir umas dúzias para posteriormente oferecer aos elementos da tribo que pensamos visitar próximamente e como iríamos almoçar em Lisboa no dia seguinte em casa de primos, impunha-se cumprir a tradição. Infelizmente fomos confrontados com uma situação insólita de colocação de travessões em altura impeditivos de estacionamento de ACs nos parques públicos à entrada da povoação, embora os mesmos estivessem vazios! Claro que, se calhar por coincidência, do outro lado da estrada há um parque de campismo! Enfim, tentámos estacionar noutros locais mas acabámos por não conseguir e... lá se foi a tradição!



De manhã, fomos a cordados pelo insuportável troar de largas centenas bombas de uma concentração de motards. Arrancámos em direcção a Lisboa e alta tarde lá fomos nós a caminho do SW alentejano, sempre à beira mar até Porto Covo onde nos foi dado presenciar, de novo, as tais traves a impedir acesso a parques de estacionamento vazios! Mais uns responsáveis de curta visão! Será que não são capazes de por as suas brilhantes cabeças a funcionar? Talvez a culpa não seja deles mas sim de quem lá os coloca! Enfim, são os autarcas que temos e, se calhar, merecemos! Mas... adiante!

Após uma noite bem descansada e com o tempo a melhorar, optámos por continuar para sul, ao longo da costa e após diversas paragens para apreciar as magníficas arribas da costa, acabámos o dia , á beira mar, na praia de S.to André onde dormimos no parque de estacionamento em cima da praia e ao lado do restaurante aí existente. Tivemos por companhia uma outra Ac, embora, num descampado encostado às dunas, estivesse um acampamento de ACs, nacionais e estrangeiras. Pelo ar, pareciam para ficar, mas como não estávamos particularmente interessados em concentrações, limitámo-nos a apreciar de longe.

Após as necessárias limpezas matinais - da AC e nossas -, pequeno almoço e abastecimento de água no fontanário e despejo da cassete e das águas sabonetadas no WC público à saída da praia, lá vamos nós a caminho de Aljezur onde estacionámos no parque público. Como já não passávamos por lá há vários anos, decidimos dar uma volta pela vila. Notámos algum cuidado da autarquia com a recuperação da parte histórica, embora muito ainda terá de ser feito, dado o grau de decadência a que o aglomerado tinha chegado. Lanche, paleio com um casal AC inglês que tinha estacionado ao nosso lado e lá vamos nós, com azimute norte, dado que os dias iam passando e sempre era mais avisado não termos de fazer grande quilometragem no último dia para regressar a casa.
Acabámos por subir até Ourique e pernoitámos nas margens da barragem de Monte da Rocha. Aí tivemos por companhia 25 ACs de diversas nacionalidades. Éramos os únicos portugueses. Mais uma vez, deu para perceber o potencial que os ACs aposentados europeus com bom poder de compra e desejosos de fugir dos climas pouco amenos das suas terras poderão vir a representar para a nossa economia, assim os responsáveis tenham a visão necessária.
Como a Magda tinha que corrigir uma tese de uma aluna, optámos por ficar aí dois dias. Enquanto ela trabalhava, eu e a Joana aproveitámos para longos e muito agradáveis passeios pelas margens da barragem à semelhança, aliás, de grande parte dos nossos vizinhos estrangeiros. Foi uma estadia muito agradável até pelo convívio entre gente das mais diversas nacionalidades: noruegueses, suecos, dinamarqueses, alemães, holandeses, checos, ingleses e franceses e...nós, claro.
Bem, o tempo urge, dado que temos de ir jantar com os meus sogros à quinta no Espinhal e portanto, lá vamos nós a caminho até aí após uns dias bem passados, tranquilos, sem stress.
A próxima viagem, essa mais longa, será em Agosto até à Escócia.
Faremos um relato pormenorizado, se possível com fotos e alguns filmezitos. Até lá, espero acabar de preparar o relato de outras viagens por essa Europa fora, efectuadas em anos anteriores: Rússia, Holanda, Itália/Sicília, Itália/Norte, etc.