Desde há longos anos que sonhávamos com uma viagem em autocaravana à Rússia!
Em 2007 resolvemos meter os pés a caminho. Preparámos cuidadosamente a nossa aventura, por forma a que fosse minimamente organizada.
Temos por hábito viajar zozinhos, mas para esses lados a coisa fia um bocado mais fino e assim resolvemos recorrer a uma agência especializada nesse tipo de viagens http://www.sanpietroburgo.it/ uma agência com sede em St. Peterburg e com delegação em Itália. Através da net inscreve-mo-nos e eles, com um profissionalismo a toda a prova, trataram de todas as burocracias (vistos e demais documentos necessários).
Assim, ficou combinado apresentar-mo-nos às 9 da manhã do dia 8/08/2007, no parque de estacionamento da estação de comboios na cidade de Résekne, na Letónia, onde seríamos integrados no grupo de autocaravanas italianas para seguirmos, a partir daí, para a fronteira Russa, mais ou menos a 50kms de distância.
Até à Letónia, atravessando a Espanha, França, Alemanha, República Checa, Polónia e Lituânia, estaríamos por nossa conta e risco!
Atafulámos a nossa AC novinha em folha com tudo aquilo que julgávamos imprescindível, desde os comes pré cozinhados e congelados em casa, até, por conselho da agência, umas tanta garrafas de vinho do Porto - que vieram a revelar-se de grande utilidade na Rússia. Roupa, calçado, equipamentos de captação de imagem, GPS, telemóveis, stok de música no ipod, etc, tudo foi checado.
Assim, na madrugada da segunda-feira da última semana de Julho lá arrancámos para a nossa aventura!
A travessia da Espanha fez-se bem, com pernoita numa aldeia algures já perto da fronteira francesa e no dia seguinte, vai de atravessar a França, pelo centro, por zonas já nossas conhecidas de outras viagens e portanto, sempre a andar em direcção ao lago Constança, já na Alemanha.
Nas suas margens existem aldeias encantadoras e com o tempo estava de feição aproveitamos para passear e apreciar a paisagem.
Por aí pernoitamos e, no dia seguinte, pé no acelerador e vai de avançar até
Rothenburg, cidade medieval, no coração da Alemanha, entre Stuttgard e Frankfurt, reconstruída tal qual estava antes com o contributo de muitos países, instituições e cidadãos de todo o mundo, após a sua destruição pelos bombardeamentos aliados na 2ª guerra mundial.
Foi uma visita muito agradável, embora se note que ali tudo está virado para o turismo.
Do lado exterior das muralhas há um parque de pernoita para ACs, que nós aproveitámos para limpar a nossa máquina, tanto por dentro como por fora.
Como o nosso destino seguinte era Praga, lá nos pusemos a caminho, não deixando de apreciar as cidades, aldeias e paisagens magníficas que nos foram surgindo no percurso. No nosso imaginário estava também bem marcada esta cidade de Praga. Aí chegados, dirigimo-nos para a zona dos campings onde paramos para descansar, lavar roupa, pernoitar e preparar tudo para visitarmos a cidade a partir do dia seguinte. Como sempre fazemos quando visitamos alguma grande cidade, adquirimos o bilhete de 72 horas cujo preço inclui transportes públicos, acesso a alguns museus e monumentos e a alguns espectáculos.
Praga não nos desiludiu, embora nos meses de verão seja muito frequentada por turistas e, portanto, atafulhada de gente das mais variadas proveniências: os omnipresentes japoneses, imensos americanos, e também europeus com especial predominância de espanhóis e italianos. Curiosamente até encontramos diversos grupos de portugas!
Numerosos monumentos integram a paisagem urbana da capital, composta de lindas ruelas de traçado irregular que contrastam com os novos bairros residenciais, de arquitetura moderna. As partes históricas da cidade são preservadas como monumentos nacionais.
Entre os prédios mais importantes destaca-se o Castelo de Praga fortificado na colina Hradcany, construído entre os séculos XIV e século XVII, onde na actualidade mora o presidente da república e antiga residência dos reis da Boémia
No bairro Malá Strana esta uma das duas igrejas barrocas de São Nicolau, a igreja do Menino Jesus de Praga, a igreja do Loreto (do século XVIII) e numerosos palácios da aristocracia tcheca, do século XVII, em estilo barroco.
Na Staré Město (a Cidade Velha), há inúmeros monumentos e relíquias da história checa. Destacam-se a igreja Týnský, em estilo gótico, construída no século XIV, na qual se acha o túmulo do astrônomo Tycho Brahe; o bairro Josefstadt, com o gueto e o cemitério judaicos, do século XII, e a sinagoga.
Encontra-se ali o relógio Astronômico Orloj
Na Nové město (ou na Cidade Nova) figuram a estátua de São Venceslau, de 1915, e o Museu Nacional. Outras edificações de destaque são o Prikopy, local da antiga fortaleza; o Teatro dos Estados, estreou a ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; o Teatro Nacional, de1883; igrejas e palácios barrocos e a estátua do líder hussita Jan Ziska.
Entre as numerosas pontes que atravessam o rio Vlatva está a famosa Ponte Carlos que liga a Cidade Velha ao Castelo de Praga.
Os três dias passados em Praga souberam a pouco, mas a viagem tinha de continuar e... lá nos pusemos a caminho da Polónia.